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Depreciação e Amortização: qual a diferença entre esses dois conceitos contábeis?

Entender a diferença entre esses dois conceitos pode ajudar muito na hora de investir, especialmente para quem quer começar mas ainda não deu o primeiro passo

Depreciação e Amortização (Getty/Getty Images)

Depreciação e Amortização (Getty/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2022 às 18h00.

Última atualização em 4 de agosto de 2022 às 10h48.

Depreciação e amortização são dois conceitos fundamentais quando se fala em contabilidade para investidores, sendo muito importante entendê-los.

De fato, entender de depreciação e amortização pode ajudar muito na hora de investir, especialmente para quem quer começar a investir mas ainda não deu o primeiro passo.

O que é Depreciação e Amortização?

Depreciação e amortização consiste na forma contábil de demonstrar o desgaste que os maquinários e os imóveis de uma empresa sofrem ao longo do tempo. Na demonstração do resultado do exercício, constam os dados de depreciação e amortização de ativos de uma empresa. 

Ou seja: esses dois conceitos referem-se à alocação do valor depreciável de um ativo ao longo de sua vida útil. Essa é uma métrica fundamental na hora de escolher uma ação para investir.

Isso significa que essa métrica mostra a redução do valor desses ativos pela obsolescência, desgaste e outros fatores. 

Além disso, esses itens consistem em custos operacionais (ou seja, custos para que a empresa mantenha as suas operações em dia). O limite desse valor é o valor do próprio bem.

Sendo assim, é fundamental controlar a depreciação e amortização dos bens de uma empresa para que seja possível manter a sua saúde financeira, além de entender como funciona a depreciação e amortização de uma empresa.

Como funciona a Depreciação?

Para entender o que é depreciação, é possível fazer uso de um exemplo prático que costuma acontecer em qualquer empresa.

Por exemplo: uma máquina de uma companhia elétrica é comprada pelo valor de R$ 500 mil e possui uma vida útil de 10 anos. 

Por conta de sua elevada vida útil, a empresa não pode deduzir o valor total do bem no ano em que a compra ocorreu (por determinação da Receita Federal).

Sendo assim, a despesa com esse bem deve ser distribuída ao longo dos 10 anos de sua vida útil (ou seja, a empresa deverá depreciar essa máquina em R$ 50 mil por ano).

Outro detalhe importante para entender como funciona a depreciação é o de que esta só começa a ocorrer quando o ativo está disponível para utilização na empresa. Ou seja: o maquinário ou imóvel deve estar à disposição da empresa para sua utilização.

Por fim, vale notar que a depreciação deve ser considerada em uma análise de qualquer ativo de renda variável, pois esse maquinário precisará ser substituído algum dia.

De fato: ainda que um ativo chegue ao final de sua vida útil, ele não precisa ser imediatamente substituído. 

É possível fazer uma avaliação da necessidade de troca do material. Em alguns casos, ele pode continuar sendo utilizado com as devidas manutenções.

Como funciona a Amortização?

Por outro lado, a amortização funciona de uma forma diferente. Por isso, é importante saber também o que é amortização para poder investir melhor.

O funcionamento da amortização é um pouco diferente, sendo esse conceito algo análogo à depreciação, mas voltada para ativos intangíveis.

Ou seja: para entender como funciona a amortização, basta compreender que um ativo intangível (licença de software, parente, etc.) também possui vida útil e deve ser amortizado durante todo esse período.

Isso é muito comum, por exemplo, para empresas que possuem concessões de serviços públicos, como é o caso de companhias de energia elétrica, saneamento básico e outros serviços essenciais.

De fato, muitos fundos de investimentos fazem uma análise apurada da amortização das companhias para saber mais sobre as suas operações. Com isso, eles podem tomar melhores decisões de investimento e aumentar a rentabilidade de seus investidores.

Qual a relação da Depreciação e Amortização com o EBITDA?

É verdade que muitos profissionais do mercado financeiro não consideram que haja mais saída de capital adicional depois que um ativo foi comprado.

Por outro lado, eles consideram que esse ativo vai, na verdade, diminuir o lucro da empresa nos próximos anos ao invés de ser considerado um custo.

Por exemplo: o maquinário de R$ 500 mil citado no texto foi sendo pago, a partir do segundo ano, com o lucro da empresa. Ou seja, houve apenas uma diminuição no lucro e não um custo adicional.

Ou seja: analisando por esse lado, a empresa não tem novas despesas, apenas um lucro diminuído. Assim, muitos profissionais do mercado podem capitalizar novamente esses R$ 50 mil anuais através de dívidas.

Esse conceito é chamado de EBITDA (Earnings Before Interests, Tax, Depreciation and Amortization) ou LAJIDA (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização).

Entretanto, é preciso entender que esse maquinário, ainda que possa continuar sendo usado, eventualmente precisará ser trocado.

É possível que a empresa tenha captado tantas dívidas para novos investimentos que não consiga arcar com a compra de um novo maquinário, imível ou ativo necessário para seus negócios.

Dessa forma, é preciso compreender na hora de comprar um ativo da bolsa de valores que uma boa companhia deve estar preparada para esse tipo de custos.

Por isso é que muitos investidores prestam atenção às métricas de depreciação e amortização de uma empresa – especialmente aquelas que necessitam de grandes reinvestimentos em suas operações.

Você conseguiu compreender o conceito de depreciação e amortização de uma empresa? Confira outros conteúdos como esse em nosso Guia de Investimentos, como:

O que é Juros sobre Capital Próprio?
O que é ROIC?
O que é valuation?

Acompanhe tudo sobre:ContabilidadeDepreciaçãoGuia de Investimentos

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